domingo, 1 de julho de 2012

Porque fazemos Ciência?


Questão postada pelo professor André Porto Ancona Lopez como uma das atividades da disciplina Pesquisa em Ciência da Informação/UnB para a turma do doutorado (DINTER 2012-1). Enunciado completo da questão disponível no seu blog Metodologia em Ciência da Informação: http://metodologiaci.blogspot.com.br/2012/06/por-que-fazemos-ciencia.html.

Segundo Tomanik (2004, p. 218) "a realidade é sempre mais complexa do que podemos perceber; por isso pesquisamos. Ela é sempre diferente do que gostaríamos que fosse; por isso tentamos modificá-la.” Acrescento o fato de que primeiramente temos que perceber a realidade para então modificá-la. Essa percepção se dá através de interações com a realidade e a modificação é direcionada no sentido de melhorá-la, na ótica do pesquisador. Nesta mesma linha Richardson (1999, p. 16) destaca que “[...] não devemos esquecer que o objetivo último das Ciências Sociais é o desenvolvimento do ser humano”.

A ciência é feita, fundamentalmente, por discussões, segundo Tomanik (1999, p. 55), que ainda acrescenta ser uma exigência para o seu exercício. Interpreto que a discussão nos dá possibilidade de interagir melhor com a realidade e assim percebê-la como algo diferente do que gostaríamos que fosse.

A primeira parte da afirmação do Tomanik, "a realidade é sempre mais complexa do que podemos perceber; por isso pesquisamos”, está evidenciada no meu projeto de pesquisa quando fica corroborado, através de vários estudos realizados por autores renomados, que o desenvolvimento da Competência em Informação é bastante complexo e com diversas lacunas e deficiências constatadas ao longo da formação dos cidadãos. Desta forma, minha pesquisa acontece com o intuito de trazer clareza a esta realidade e torná-la menos complexa.

Na outra parte de sua afirmação, “ela é sempre diferente do que gostaríamos; por isso tentamos modifica-la”, acredito que a realidade, de fato, é bem diferente do que gostaríamos, pois há um reflexo perceptível na falta de competências informacionais nos cidadãos e, em especial, nos alunos de graduação, cuja interação na minha vivência profissional acontece com maior frequência.

Destaco ainda que o problema levantado poderá será melhor modelado e entendido quando se estabelecer uma teoria base para fundamentar os trabalhos a serem realizados. Richardson (1999, p. 19) destaca, metaforicamente, que “o método científico pode ser considerado algo como um telescópio; diferentes lentes, aberturas e distâncias produzirão formas diversas de ver a natureza [...]”. Assim, uma teoria bem escolhida poderia servir como a lente citada por Richardson.

Finalmente, neste contexto de discussão, destaco a pesquisa participativa como elemento importante no meu trabalho, pois é através do envolvimento com a comunidade que esta será socialmente transformada. Enquanto a comunidade será afetada pela pesquisa, esta mesma pesquisa será afetada devido às interações com a comunidade. Desta forma, consigo me aproximar da modificação da realidade citada por Tomanik, e do desenvolvimento do ser humano citado por Richardson.

Referências bibliográficas deste post:

TOMANIK, Eduardo A. O olhar no espelho: "conversas" sobre pesquisa em Ciências Sociais. 2. ed. Maringá-MG: Eduem, 2004.

RICHARDSON, Roberto J. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1999.

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